Porquê meu Bullet Journal não funcionou no começo

Fiquei meses observando esse boom dos bullet journal. Li posts de blogs, viciei no pinterest e passei a acompanhar dezenas de perfis no Instagram. E aí resolvi tentar fazer um pra mim.

Comecei, na real, criando um pro blog. Ficou esquecido antes do primeiro mês. Em janeiro, gastei horas e mais horas elaborando um estilo de Diário de Leitura. Durou dois meses.

E aí eu resolvi criar um pessoal, elaborar aqueles trackers maravilhosos que eu via. Organizar minha vida. Isso foi em março.

Na primeira semana, com as organizações, os trackers que eu queria e etc., eu preenchi as primeiras 15 páginas antes de começar os meses em questão. Nem preciso dizer que foram quantidades absurdas de horas imersa apenas nisso, não é? Devo ter desenhado calendários umas cinquenta vezes.

Passei por um processo de frustração imenso porque o caderno artesanal para Bullet Journal da Aff the Hype que eu comprei tinha uma qualidade muito inferior da esperada (pelo preço que paguei). A tinta vazava da folha com a maior facilidade (falei sobre a importância de escolher um bom caderno nesse post aqui), usando uma stabilo normal para escrever; marca texto então? Nossa!

Sem contar que o tamanho do caderno atrapalhava na hora de criar um spread semanal. Sendo inferior a um A5 (porquê, eu não sei, já que esses artesanais usam geralmente uma A4 dobrada ao meio), o espaço era mínimo para escrever as atividades de fato.

Eram muitas e muitas horas dedicadas a preencher essas páginas. Fazer os spreads, planejar, rabiscar e tentar desenhar…

Aí eu cansei.

Simples assim, cansei. O Bullet Journal não funcionou.

Eu fazia e fazia, mas nunca usava o BuJo em si. Não cabia a minha quantidade diária de atividades no trabalho, que é basicamente o que eu mais uso. Eu queria acompanhar tanta coisa, que não conseguia acompanhar nada. Meus trackers todos ficaram pelas metades.

Porque diabos o Bullet Journal não funcionou?

Eu fiquei me perguntando, vendo como as coisas não andavam. E aí uma hora eu entendi que o Bullet Journal não funcionou porque eu estava tão ocupada querendo fazer as coisas lindonas que eu via no pinterest que elas não eram funcionais PRA MIM.

O que realmente eu quero acompanhar? Eu realmente preciso saber todos os dias que, sei lá, tomei água? Arrumei minha cama?

Eu precisava de mais espaço para escrever as atividades, então tive que mudar.

Larguei tudo que tinha feito, até então. Não funcionava. Era lindo, mas não me servia.

Comecei a fazer o log do dia… no dia. Um dia de cada vez. Ia usar o espaço que precisava, não mais e nem menos. Reduzi drasticamente os trackers.

Se não desse pra fazer algo bonitinho (que eu fazia porque eu gostava mesmo), tudo bem. Desapega.

Hoje eu quero rabiscar, fazer um desenho bonito, nada a ver com as anotações. Aí eu fazia. Parei de sofrer porque as folhas vazavam também.

O que melhorou?

Acredito de que ser realista com as suas necessidades é fundamental. Aproveitei que o caderno que eu estava usando, mesmo tendo me decepcionado, para experimentar.

Nenhum mês meu foi igual ao outro depois disso. É sempre de acordo com as necessidades. Às vezes rolava até uns especiais.

Consegui manter em dia tudo? Não exatamente, mas tudo bem.

Aos poucos comecei a entender minhas necessidades e, principalmente, que o Bullet Journal existe para ME servir, não para que eu ficasse servindo ele.

Como, para mim, é terapêutico crias as ilustrações, eu ainda reservo um tempo pra isso. Mas não me desespero quando não dá para elaborar algo legal. Geralmente o faço enquanto assisto série ou qualquer outra coisa que deixe minhas mãos livres.

O seu Bullet Journal não precisa ser uma obra de arte, ele só precisa ser funcional. Não tenha medo de tentar pela frustração de achar que não vai conseguir imitar as coisas que viu na internet, pois o importante é como ele serve pra você.

Eu levei seis meses pra entender isso. E, querendo mostrar isso para vocês que eu estou preparando este blog com todo o carinho do mundo sobre o tema.