Você já imaginou acabar com a sua vida? Considerou-se capaz de listar todos os motivos para fazê-lo? Já se desesperou por ser incapaz de sentir qualquer coisa? Ou até mesmo questionou qual o objetivo da sua existência?
Eu já.
Raiva. Desespero. Dor. E então um grande nada. É como se no meio de todo o turbilhão você tivesse chego em um grande lago de água parada. Você sente a pressão nos seus ouvidos e tudo que escuta parece muito distante. É como se tivesse correntes amarradas nos seus pés te puxando pra baixo d’água. Lá de baixo tudo que você escuta e vê parecem muito distante. E cinza. É, definitivamente cinza.
A existência para quem todos os dias acorda se perguntando porquê ainda tá aí não tem cor. Não tem cheiro. Nemtem sabor. Não tem nada.
Hannah Barker falou algo sobre se sentir afogando com pesos nós pés em um poema nos episódios de Os 13 Porquês (13 Reasons Why). Sinto-me incapaz de distinguir o que acontece exatamente em cada episódio, pois assisti tudo como quem vê um filme, ininterruptamente.
É, eu passei as últimas 13h alternando entre a mesa e a cama enquanto a história se desenrolavam no computador. Teve ali mais ou menos uma hora pensando que talvez eu devesse dormir e processar tudo que eu assisti, aí eu desisti e estou aqui rascunhando pelo menos o que está de mais pesado no meu peito, às 4am.
Se você caiu aqui neste post sem saber qual a premissa da série cujo o título em português é Os 13 Porquês, deve estar bem confuso. Bom, temos Hannah Barker. Ela é a nossa protagonista, e ela está morta desde o primeiro segundo. Ela se suicidou, e essa é uma história sobre o que levou ela a fazer isso e como todos lidaram com sua “parcela” de culpa.
Quer saber como eu poderia definir essa história? Tem uma expressão bem concisa:
Um grande gatilho.
E aí você decide para quem vai apontar a arma.
Para as pessoas inconsequentes que machucam os outros todos os dias? Para pais e profissionais que negligenciam seus filhos/alunos? Para aqueles que questionam todos os dias a própria existência?
É difícil falar sobre essa série, pois eu faço parte do último grupo. E do primeiro também, de certa forma. Talvez no futuro venha a fazer parte do segundo. Espero que não.
Passei os últimos quatro episódios da série chorando sem parar. Ela vai fazer você se sentir miserável. Ela vai te lembrar porquê você é miserável. E tudo bem. Na verdade, se você não se sentir abalado enquanto assiste Os 13 Porquês, eu tenho medo de ficar perto de você.
Como a própria Hannah diz em dado momento, existem pessoas que magoam os nossos sentimentos, pessoas que destroem nossa reputação, aqueles que esmigalham as nossas alegrias e também aqueles que quebram a nossa alma. Invariavelmente, em algum momento, você foi uma dessas pessoas para alguém.
Eu tenho certeza que eu fui. Não sou exatamente popular pela minha gentileza.
Talvez eu nunca saiba por que você fez o que fez.
Mas posso te fazer entender o que eu senti.
os 13 porquês
Enfim, falar sobre suicídio é difícil. É perigoso não falar sobre, é perigoso falar sobre. Se você não fala não educa e direciona sobre os procedimentos de segurança para aqueles que estão do lado de fora, se você fala sobre você corre o risco de acionar o último gatilho que falta para a pessoa decidir se matar.
É por isso que você não vê notícias de suicídio por aí na TV, ou nos jornais. A gente aprende sobre isso no curso de Jornalismo: é um fato, notícias de suicídio aumentam incidências de suicídio.
Gatilho.
É uma palavra perfeita para o caso.
A série é baseada num livro com o mesmo título e que eu ainda não li, exatamente porque não queria estragar a experiência de assistir. O que muitos reclamaram da diferença entre os dois foi que expandiram a história do livro para poder adaptá-lo, e exploraram mais como os “porquês” lidaram com a morte da Hannah, deixando menos focado na protagonista.
Isso não é algo que eu pude considerar ruim, na verdade achei o roteiro bem coerente. A não ser que você fique traçando comparativos entre as duas obras, a série é ótima, e é única. Achei, inclusive, muito realista a humanização de alguns personagem, como souberam explorar todos os envolvidos. Única coisa mais gritante que eu encontrei em questões de direção foi uma falha de sequência, em que a personagem está do lado de fora com um casaco na chuva e quando ela entra na casa ela tá seca (?).
E Os 13 Porquês é brutalmente cru. Não me lembro de ter visto algo tão direto sobre o tema antes, não em mídia de vídeos. Já li bastante, mas ver é pesado. A própria Netflix deixou um aviso sobre “cenas perturbadoras de conteúdo explícito que podem ser perigosos para pessoas mais sensíveis”. Porque é.
Quem acompanha o blog já sabe que depressão é um tema que abordo com certa frequência. Já falei também sobre a campanha do Setembro Amarelo (de prevenção ao suicídio) aqui neste post.
Fico bastante satisfeita em ver esse assunto sendo abordado, e abordado de maneira consciente. Essa série podia ter dado muito errado, por ser tão delicada, mas a história foi muito bem conduzida. Abra seu coração, porque Os 13 Porquês vai te fazer repensar toda sua vida.
ATUALIZAÇÃO e adendos sobre problemáticas da série (2017)
Eu abandonei essa série no primeiro episódio da segunda temporada. Não necessariamente retiro o que disse sobre a primeira temporada, mas a segunda é um desrespeito e um desserviço para pessoas com neurodivergentes.
Eles se abrilhantaram pelo sucesso e perderam a mão. Essa se tornou uma série que fala sobre algo enquanto exclui exatamente esse público.
Repito: gatilho.
Acredito que existam maneiras mais inteligentes e sensíveis de abordar algo tão delicado. Eu, na minha situação de uma pessoa que luta diariamente com depressão e ansiedade, não tenho mais condições emocionais de ver determinadas cenas. É um grande show de horror.
Se você conhece ou for alguém que pode vir a se prejudicar assistindo essa série, por favor, tome cuidado. A sua saúde emocional é o mais importante.
É interessante chegar nessa publicação em 2023 e ver como a revisitei corrigindo algumas questões. Por exemplo, hoje sei que uma cena de suicídio tão explicita como a da série é péssima e absolutamente desencorajada pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Ainda tenho curiosidade de ler o livro, para ver se a abordagem também foi tão direta. Se quiserem saber mais sobre o tema e a consciêntização recomendo fortemente a leitura da resenha de Por Lugares Incríveis, uma leitura muito mais sensível.
Natan Meireles
“cenas perturbadoras de conteúdo explícito que podem ser perigosos para pessoas mais sensíveis”
Depois dos episódios que essa mensagem aparece e eu ignorei, vou passar a levar os avisos mais a serio.
Tbm maratonei por 13h como se fosse um filme, e olha que comei a ver na hora que estava indo dormir, eu queria saber o que iria acontecer, o que já havia acontecido, eu queria ajudar eles fazendo a unica coisa que podia, torcer, mesmo sabendo que é uma serie e minha torcida não mudaria os fatos, mas eu fiquei lá, trocando de posição na minha cama durante as 13h torcendo por eles.
No fim, eu pensei em tudo que já vivi, liguei pra minha mãe chorando e sem voz pra agradecer tudo que ela já me fez (ou tentou) e dizer que amo ela. ver os pais da hannah, só me fazia lembrar dela… Lutar por alguém que você não pode fazer nada pra ajudar mas continua tentando…
Jade Amorim
Natan MeirelesNatan, o fato de a série nos fazer colocar a mão na consciência é algo louvável. Acredito que nos tornamos melhor depois dessas reflexões.
Clayci
AHHHHHHHH
QUE EU AINDA NÃO CONSEGUI MARATONAR ESSA SÉRIE
Eu li esse livro já faz um tempo e mesmo a história não ter prendido tanto a minha atenção, é um assunto que merece ser discutido e quero assistir.
Mandy
Nossa, eu não fazia ideia do que se tratava a série (nem ao menos tinha visto o trailer antes), pensava que era mais alguma série sobre amor. “Os 13 porquês de amar você”, tipo isso, que ingênua eu sou haha. É um tema realmente bem delicado, acho interessante abordar sobre ele na tentativa de evitar que casos parecidos aconteçam. Depressão é algo bem complicado e se não cuidar pode se tornar algo bem ruim, tive amigos que sofriam de depressão que queriam acabar com tudo e eu sempre ficava desesperada pensando que eles poderiam fazer qualquer besteira que fossem se arrepender depois. Atualmente eles estão bem melhor, isso me deixa um pouco mais tranquila. De fato como você abordou, o que me preocupa quando esses temas são abordados é que pessoas podem estar tão deprimidas que não olham aquilo como uma prevenção, mas sim como uma solução. Ótima resenha!
beijos,
deloucostodossomosumpouco.blogspot.com.br
Jade Amorim
MandyMandy, bem perdida mesmo hein! hahaha
De fato a série foi meio preocupante nesse aspecto de poder servir de gatilho, mas teve um efeito mais positivo que negativo e devemos agradecer, o número de pessoas que buscaram ajuda depois da série mais que triplicou. 🙂
Nath
Quero muito ler o livro antes de ver a série. Está na minha lista há muito tempo. Talvez agora eu vá ler. Eu me interesso muito por esse assunto, e não compreendo como as pessoas podem achar que suas palavras e ações impactam a vida dos outros. Já ouvi muitas coisas boas dessa série, e assim que terminar o livro vou vê-la com certeza.
Jade Amorim
NathNath, ainda não li o livro porque estou precisando dar aquela digerida né. Mas tanto a leitura quanto a série são ótimas opções.
Mari Dahrug
Nossa, que forte! Estou doida pra assistir, mas preciso me preparar emocionalmente!!
Beijos
Mari Dahrug
https://www.rabiskos.com.br/
Jade Amorim
Mari DahrugPrecisa mesmo, Mari!
letras e costuras
há meses o povo já comentava super sobre o livro! algumas pessoas falaram que amaram outras não. num vi a série, mas definitivamente foi o que bombou nas mídias sociais esses dias! não vou assistir, pelo menos não nesses tempos 😛
Jade Amorim
letras e costurasO livro realmente já é bem controverso por si só.O boom foi intenso!
Duds
Está todo mundo falando muto bem sobre essa série, fiquei bem curiosa. Não sabia que era tão ‘pesada’ e real. Vou procurar assistir. Adorei sua resenha e o trailer 🙂
Jade Amorim
DudsDuds, que bom que gostou, depois me conta do que achou do filme!
Bruna Morgan
Eu não vi a série, mas li o livro e foi um impacto enorme ao terminar de ler. Na verdade, toda a leitura foi impactante.
A Hanna teve coragem de fazer algo que eu já tentei e falhei várias vezes, e me fez pensar em como as pessoas que amo ficariam depois dessa situação.
Fico feliz que um tema desse seja abordado, pois dificilmente as pessoas falam sobre suicídio.
Jade Amorim
Bruna MorganBruna, quero muito ler o livro também, mas a série me pesou tanto que eu to tentando dar um tempo, sabe? Ainda esse ano leio. Espero que você esteja bem! ♥
Vickawaii
Poxa Jade, que post pesado 🙁 Eu ouvi muitos elogios à série e inclusive acho muito importante até ela tratar sobre essas temáticas – afinal, podemos muito bem ser um dos treze porquês sem nem sabermos -, mas também vi vários relatos de pessoas que passaram mal assistindo a série por causa do “gatilho”, de algumas cenas fazerem elas relembrarem momentos extremamente ruins pelos quais passaram. Enfim, acho muito válido assistir a série, mas é importante todos estarem alertas sobre os “efeitos”, até porque variam de pessoa para pessoa.
Beijos, Vickawaii
http://www.neverland.com.br
Jade Amorim
VickawaiiVick, isso é a mais pura verdade. Por mais que seja uma série que eu jamais vou negar a importância, também é uma série que precisa ser tratada com cuidado, pois ela tem gatilho demais e pode fazer quem é mais vulnerável se sentir mal.
Emily Ferreira
vi muita gente falando super bem e até rolou uma comparação com uma outra série da Netflix q é muito boa. Meu amigo veio falar que estava vendo uma série “muito foda” (como ele disse) e era essa. Vou começar agora é espero não me decepcionar.
Jade Amorim
Emily FerreiraEmily, espero que tenha gostado da série, ela é realmente incrível!
Mayara Vieira
Eu tô ouvindo falar muito sobre essa série, alguns amando e outros como você falando que acham “pesada”. A verdade é que não me interessei em assistir, sabe? Comecei assistir Gossip Girl agora, anos depois do fim haha E tô amando! Bjs
http://www.mayaravieira.com.br
Jade Amorim
Mayara VieiraNormal, Mayara! Cada pessoa tem um gosto particular né? 😀
Mari
Tô assistindo 13 Porquês como o Clay ouve as fitas: bem devagar. Mas tô achando a série brilhante, e me animando para ler o livro.
Beijos
Mari
Jade Amorim
MariMari, dizem que o livro é muito mais intimista que a série, quero ler ele também.
Amanda Oliveira
Oieee! Menina, eu vi o trailer da série no facebook e desde do momento que eu vi eu comecei a me interessar por ela, realmente me chamou a atenção e concordo com vc é a primeira série que vejo tratar mais profundamente sobre esse tema. Ainda não assisti, mas qro ver logo. Bjooos!
Jade Amorim
Amanda OliveiraAmanda, quando eu assisti o trailer fiquei super intrigada também, e como tenho amigos que amam o livro, logo fui convencida a maratonar. É realmente uma história incrível, super pesada, mas incrível.
César Rezende
O impacto dessa série tem me deixado curioso em assistir. É um tema delicado (até por motivos pessoais), e quero muito começar a assistir, pois acho que é uma forma legal de refletir sobre um assunto tão evitado.
Jade Amorim
César RezendeCésar, de fato a série vem causando um enorme buzz. Contudo, pra quem é mais influenciável, talvez seja algo perigoso de se ver, por conta dos gatilhos. Vá com calma. ♥
Nilda de Souza
Estou no décimo episódio. É uma série muito boa mesmo, pelo tema que aborda e a forma de falar tão direto. Claro que tem pontos que poderia ser melhores, questões técnicas e de enredo. Mas o importante é que a série conseguiu conversar com o publico sobre um tema tão delicado. E isso é louvável. Tomara que muitas pessoas consigam ver luz depois de assisti-lá
Beijos!
Jade Amorim
Nilda de SouzaNilda, de fato acho que é impossível acertar 100% quando a intenção é tratar de um tema tão delicado, não é verdade? Mas acredito que, tirando algumas ressalvas, é uma boa abordagem.
Cadu Pereira
Estou me preparando para assistir essa série.
O enredo é muito pesado e, por já ter lido o livro, acho que vai ser muito pior.
Pelo o que li e vi no trailer, as cenas de tensão foram potencializadas na série e, consequentemente, deixam elas “piores” do que são no livro.
Jade Amorim
Cadu PereiraCadu, eu achei algumas cenas muito mais explícitas do que precisavam ou deviam ser e isso é péssimo. É realmente um gatilho enorme! Eu não estava tão bem preparada emocionalmente e fiquei um caco no final! 🙁
Luana Souza
Acho que quase todo mundo já deve ter pensando em terminar com tudo. Sinceramente eu não gosto de falar sobre isso, pois não sou boa em expressar as coisas que estão se passando… como você disse, falar sobre suicídio ou qualquer outro problema psicológico, e é por isso que é tão importante existir séries ou livros sobre. Eu ainda estou no comecinho da série, mas acho que vou acabar gostando 🙂
Jade Amorim
Luana SouzaLuana, de fato é um assunto bem complicado e muito particular. Cada pessoa tem seu jeitinho específico de lidar com essas coisas.
Ana Letícia
Olá, tudo bem? Já faz tanto tempo que o livro 13 porquês estava na minha lista, mas acabei o esquecendo e agora com a serie a vontade de ler-lo aumentou. Ainda não assisti a serie, ma vejo tanta gente falando bem que não vejo a hora de fazer uma maratona. A historia me parece bem impactante e até inusitada. Além disso, o que mais me motiva a querer conferi-la é por se tratar de uma temática um tanto esquecida como é a do suicídio. Ainda hoje tento entender o que se passa pela cabeça de um e a trama promete isso.
Bye e até logo
Jade Amorim
Ana LetíciaAna, tudo bem? De fato a série junto com o livro trouxeram holofotes para o tema. Acredito que é super importante o debate consciente desse tipo de situação.
Nati Rabelo
Que post maravilhoso!
Tão maravilhoso quanto esse assunto merece ser tratado. Acho que a série veio no momento certo, pois esse assunto precisa ser falado, tratado, alertado. Tem muitas pessoas se identificando com a Hannah e isso é sério demais.
Jade Amorim
Nati RabeloNati, de fato o tema ter sido negligenciado trouxe muitos problemas, e algo precisava ser feito. A série é uma ótima deixa para promover o debate consciente sobre esse assunto.
Barbara
Oi
Quando eu li o livro de “Os treze porquês”li em apenas 4 horas (algo assim) .Sofri com a Hannah, sofri com o Clay.
A serie esta sendo bem fiel ao livro e considerei as adaptações para explorar os outros personagens um ponto positivo .Nem acredito que teve gente que criticou sobre isso.
Agora minha experiencia com a serie foi diferente porque eu como tenho tendencias depressivas(.Sim ,, eu sou tambem uma que acorda todo dia e fica perguntando o porque de sua existencia inutil na face da Terra.) fiquei fazendo varias pausas e acabava assistindo uma comedia ,lia um livro mais animado e etc para não cair em uma sessão de choro.
A maiorida das experiencias que Hannah teve nã9 fez parte da minha vida,mas ja fui assediada , ouvi falarem do meu volume extra no meu seios e não gostei muito do comentario , espalharam boatos porque recusei ficar com uma pessoa e perdi amigos sem entender a razão então acabei me identificando em alguns momentos e mais bem que da algum impacto.
É uma serie excelente que bota a gente para pensar …
( Eu li o livro antes da serie e pode ter certeza que a experiencia foi otima)
Beijos
Meu mundinho quase perfeito
Jade Amorim
BarbaraBárbara, cada pessoa de fato teve um jeito de absorver o conteúdo da série. Apesar de eu ter problemas graves com depressão e instabilidade de humor, estou numa fase na qual tenho bastante controle da minha condição e por conta disso foi possível maratonar a série de uma vez. Sofrendo, é claro, mas sem precisar buscar em outras coisas subterfúgios para melhorar meu humor. Concordo totalmente contigo quando disse que a série é boa para fazer a gente pensar, de fato ela trouxe um holofote para o tema e o debate consciente é fundamental.
Falkner Moreira Silva
Olha, talvez você não goste do meu comentário hahaha mas é que eu comecei a ver a série e ainda não estou convencido de que Hannah está mesmo morta (influência de How to get away with murder e outras séries de suspense? Muito provavelmente, sim). Estou indo para o 4º episódio e senti que a série tem a sua importância. O Jornalismo se baseia na Sociologia pra apontar que a noticiação de suicídios influenciam nas taxas de suicídio. Mas nossa comunidade não mudou? Não mudaram as formas de se relacionar e de sentir? Jornalismo tem muito a se transformar, e podemos sim ver notícias humanizadas, pacíficas e sutis sobre suicídio sem necessariamente influenciar esse índice. E mais: são nos noticiários que a maior parte da população consegue ter acesso às informações. Se a ajuda a uma pessoa inclinada ao suicídio não é noticiada, não é divulgada, nem pelos jornais nem pelo governo, como elas vão ficar sabendo que existe outra saída? Enfim, 13 Reasons Why vem dando muito o que pensar e o que falar, porque, sim, devemos conversar sobre isso. E eu, como profissional de Comunicação, me sinto no dever de divulgar que esse problema tem uma solução.
Falkner Moreira Silva
Falkner Moreira SilvaBtw, eu fiquei com medo de spoilers e pulei uma parte do post. Mas assim que eu ver tudo eu volto pra ver o que você falou 🙂 Salvei aqui nos meus favoritos <3 e inclusive eu fiz um post sobre o primeiro episódio no meu blog, fazendo uma análise com a Teoria do Caos que tem em Efeito Borboleta (que até tem uma analogia em um dos episódios né?)
Jade Amorim
Falkner Moreira SilvaBom, Falkner, acredito que a essa altura do campeonato você já terminou de assistir 13RW e descobriu que a série nunca foi um “mistério”. E o jornalismo não se baseia na sociologia para apontar que a noticiação de suicídio influenciam na taxa de suicídio. Ele se baseia na diretriz da Organização Mundial de Saúde, que tem toda uma série de recomendações quando o assunto for falar sobre o tema (inclusive coisa que 13RW ignorou completamente na cena da banheira).
Ações para conscientização e prevenção ao suicídio existem aos montes, inclusive são fortificadas no mês do Setembro Amarelo, que é, bom, o mês de prevenção ao suicídio. Noticiar um suicídio que aconteceu não te traz qualquer ajuda, apenas te apresenta um fato: o que aconteceu, como, quando, onde e porquê aconteceu. Ao falar sobre “noticiar” suicídio, estamos tratando de um gênero textual jornalístico muito específico.
Ele não tem absolutamente nada a ver com reportagens, artigos de opinião e matérias de serviço à comunidade.
Prova de como a mídia ainda não está preparada para tratar de temas como esse, como se fossem notícias do dia a dia: a Baleia Azul. O aplicativo era apenas um Hoax criado por um site gringo para gerar cliques, a mídia viu e, sem apurar, criou todo um circo em volta da situação. Por conta disso o que houve? Eles DIVULGARAM e a Baleia Azul passou a ser algo real, antes era só uma matéria clickbait da internet.
Infelizmente não vivemos no mundo utópico da teorização de uma escola de Frankfurt no século XIX. Temos que ter consciência que o mundo real há consequências indesejáveis e imprevistas, e que como comunicadores temos a obrigação de esperar sempre o pior para poder preveni-las.
Rubyane Santos
Como sempre escrevendo ótimos textos, Jade.
Eu ainda não terminei de assistir a série por isso não tenho muito o que falar dela, mas acho ótimo ver as pessoas falando sobre a série ou o livro, espalhando o assunto por aí. Acho até que pelo menos todo adolescente deveria ler o livro Os 13 Porquês, porque ele é um ótimo livro para fazer a gente pensar nas nossas atitudes.
Não sabia que “notícias de suicídio aumentam incidências de suicídio”, pensei que a mídia evitava falar do assunto por ser um tabu na sociedade. Interessante saber disso.
Jade Amorim
Rubyane SantosRubyane, concordo contigo, tanto que coloquei minha irmã de 13 anos para assistir a série. Acho importante ter um tapa desses na cara logo cedo. Quanto a questões de índice, é verdade. Quando você apresenta notícias sobre suicídio, você acaba apresentando lugares, oportunidades e métodos, e isso pode vir a servir de gatilho. Prova disso é como existem “lugares famoso para se matar” ao redor do mundo. Claro que é um tabu também, mas acho que ele é exatamente um tabu porque é muito complicado abordar o tema de maneira consciente.
Bia Lourenço
Estou muito curiosa para assistir a série, o assunto tem que ser debatido incansavelmente pois assim seremos capazes de ajudar.
Ano passado fui diagnosticada com depressão, mas a doença me acompanha tem 3 anos, só tive coragem de buscar ajuda depois de vencer meu próprio preconceito.
Obrigada por este post reflexivo e inspirador <3
Jade Amorim
Bia LourençoBia, o debate consciente sobre o suicídio é realmente fundamental. Acredito que uma das coisas que série pecou, inclusive, foi não ter sequer colocado o número de emergência a prevenção ao suicídio e etc. Fico feliz que tenha gostado do post e que hoje esteja tratando essa doença que eu sei bem como pode ser desesperadora.
Viviane Oliveira
Jade, meu bem, pode ter medo de mim, porque não faço a menor questão de assistir “13 Reasons Why”. rs
Mas brincadeiras à parte, o legal dessa série é o que ela já está fazendo de bom, ainda mais com esse tema tão problemático, triste e que atinge muita gente (adolescentes, principalmente).
Beijos, babe ✨
Jade Amorim
Viviane OliveiraVivi, não tem problema nenhum você não querer assistir à série, o que eu quis dizer foi sobre quem não consegue se empatizar diante da situação apresentada por ela. 🙂
Gislaine
Sua postagem me inspirou de um tanto que você não imagina! A série também está me tocando muito, trazendo à tona sentimentos e lembranças difíceis de lidar. Mais do que uma série bem feita, uma série necessária.
Jade Amorim
GislaineGi, de fato, a série é ótima para promover a reflexão em um tema tão importante!
Nani
Cara essa série precisa ser assistida por todas as pessoas, acredito que principalmente os adolescentes, porque eles podem ser cruéis muitas vezes com os colegas e coisas desse tipo e a série alerta para o estrago que isso pode trazer para a vida de alguém. Realmente a cena da chuva e ela chegando seca dentro de caso foi mto feio. Mas fora isso a série é perfeita!!!!
Jade Amorim
NaniNani, concordo que esse é o tipo de série que seria muito interessante para conscientizar as pessoas sobre empatia, e quanto antes melhor.
Andressa Souza
Eu terminei essa série no fim de semana que estreou e não me lembro de ter ficado tão devastada por uma série antes. Eu não conseguia dormir, eu só queria dizer pra todo mundo que eu amp o quanto eles são especiais. É uma produção muito dura, que merece ser reconhecida e não estigmatizada como adolescente, porque é um grande serviço à sociedade.
Jade Amorim
Andressa SouzaAndressa, concordo totalmente. O debate para um tema tão delicado e importante deve ser para todas as idades.
Vê
Assisti 4 episódios em um dia e 9 no outro. Me fez lembrar muitas coisas que passei e senti. Hannah poderia ser eu ou tantas outras pessoas. Life is so painful e esse é um dos motivos de eu não querer filhos. Sinto que estaria sentenciando alguém que não pode escolher a sentir as dores desse mundo. Não julgando quem quer ter filhos, esse é um pensamento pessoal meu. Eu não gostaria que ninguém sentisse ou passasse pelas experiências que passei
Jade Amorim
VêVê, compartilho o mesmo sentimento que você no assunto da maternidade, também não acho que o mundo atual que vivemos seja algo que valha à pena trazer uma vida. ^^
Geek
Acredito que tem vários assuntos fortes que a série trata e que precisem ser discutidos.. Acredito que a maior mensagem é ter empatia porque você nunca sabe pelo que o outro está passando e como suas ações repercutem na vida de alguem… mas mesmo assim não tenho coragem de ver.
Jade Amorim
GeekEntendo totalmente quem fica receoso quanto a assistir a série, é compreensível, de verdade. É muito forte e aperta demais o coração! 🙁