Entre as Estrelas foi uma das minhas prioridades quando os livros da parceria com o Grupo Editorial Record chegaram. Além da belíssima capa, a premissa me prometia um romance num estilo que eu não lia em muito tempo. Contudo, a leitura, apesar de ter sido rápida e agradável, acabou sendo bastante morna.
É que Katie Khan, mesclando passado e presente, se preocupou tanto em nos mostrar um sistema político em um novo mundo que o romance de Max e Carys acabou parecendo algo totalmente não natural, mas uma situação criada para a justificativa de uma critica social maior.
Carys estremece ao pensar na situação do planeta que deixaram para trás, um mundo tido como perfeito, apesar de estar lentamente se destruindo.
entre as estrelas – katie khan
Em nome de quem? Não de Deus, não do rei ou do país
A história se alterna entre passado e presente. No presente nossos protagonistas estão no espaço com apenas 90 minutos de ar restantes e poucas esperanças de sobrevivência. O passado nos conta como eles se conheceram e o que os levaram até ali.
A narrativa é ambientada num futuro não tão distante. Após a aniquilação dos Estados Unidos e do Oriente Médio por conta da guerra, a Europa criou uma utopia. Chamada agora de Europia, a palavra de ordem dessa “democracia” é a individualidade. Os indivíduos dessa nação, a cada três anos, rotacionam para uma nova comunidade cultural.
Assim, eles podem absorver o máximo de conhecimento, liberdade, e sem criar vínculos profundos. A grande façanha é que, rotacionando por todo o novo mundo deles ao longo da vida, ninguém irá querer começar uma guerra contra um lugar que você provavelmente tem um amigo à distância. Além de que, dado o pequeno período de tempo, é pouco provável a criação de longos vínculos emocionais.
Você é diferente. Isso faz com que eu pergunte se também posso ser.
entre as estrelas – katie khan
Os jovens saem de casa antes mesmo dos 10 anos de idade para aprenderem a viver sozinhos. Apaixonar? Constituir família? A utopia criada acredita que um ser humano só tem a maturidade necessária para tal a partir dos 35 anos.
E esse é basicamente o grande dilema que cerca nossos protagonistas. Ao se conhecerem e se apaixonarem, Max e Carys na verdade não podem ficar juntos por, pelo menos, mais uma década.
Agora, o tempo só é medido em minutos
A narrativa começa bastante intrincada, mas ficou mais fluída com o desenvolvimento da narrativa. A edição em si é de ótima qualidade. Bom tamanho de fonte, espaçamento, margens, folha de espessura e cor agradáveis. O livro é bastante maleável e agradável ao toque.
Dessa vez o dilema foi realmente a narrativa de Entre as Estrelas. Tive um começo de leitura incômodo, essa sensação de que o romance em si era apenas uma desculpa para algum tipo de crítica. Lá pelo meio do livro, conforme o drama dos nossos personagens se desenvolviam, me vi bastante envolvida.
O problema do primeiro amor, Cari, é que ele acaba com você. Ele a transforma completamente para a próxima pessoa.
entre as estrelas – katie khan
Achei que ia terminar com um ótimo saldo, até ter uma surpresa bem negativa com o final. Não pelo o que acontece em si, mas porque, de alguma forma, a autora achou que era uma boa ideia criar três finais. Sem qualquer aviso, sem qualquer explicação, apenas porque parecia que ela não conseguia se decidir (?).
Isso foi bastante estranho.
Foi interessante ver as três diferentes opções e perspectivas, mas ainda assim, bastante estranho. E isso me impediu de criar um vínculo maior com a história.
Viviane Oliveira
Jade, que saudade que estava do seu blog ❤️
Primeiro, que fotos lindas, amei o efeito que as luzes fizeram com as estrelas, bem céu mesmo. Agora sobre o livro, me encantei com a capa, mas me decepcionei quando disse que a história foi morda. Poxa vida HAHA
Beijos e Feliz 2018 \o
Supimpa Girl