Você está olhando para a tela do computador e aquela linha irritante do word pisca, indicando que você não está escrevendo. Escreva… conte o que você aprendeu. Não é tão difícil, você não está sozinho. Nunca está sozinho.
Hoje eu quero indicar esse livro que foi basicamente uma revelação! Baixei ele sem nenhuma pretensão, pensando até que era um conto. Esse é o primeiro livro que terminei do projeto “Escolha a Minha TBR” e não poderia ter começado de forma melhor!
‘As Coisas que eu Aprendi Depois que eu Morri’ é um livro nacional distópico que conta a história de Mariana e Bernardo. Depois que a Terceira Guerra Mundial (isso mesmo) acabou com o mundo pelas suas armas biológicas, os dois foram obrigados a se separarem. Ben permaneceu em São Paulo com a família e Mari foi para São Bernardo com a dela.
Depois disso nunca mais se viram e, desde então, vivem na esperança de ambos cumprirem uma promessa que foi feita há muito tempo.
Alguns Seres humanos são desprezíveis, e as vezes só pioram
A Victoria Ribeiro conseguiu mostrar de uma forma muito real como as pessoas pensam e agem quando estão desesperados. Alguns ficam solidários, e os outros “mais espertos” tiram proveito disso e dos mais fracos para se beneficiarem.
Mostrando hipoteticamente o que poderia acontecer durante um pós guerra com um sistema de comunidades ou cada um por si foi realmente um choque para mim. Do mesmo modo que há pessoas boas e ruins, há comunidades boas e horríveis. Principalmente se você for uma garota bonita, como é ressaltado em várias partes da narrativa.
[citacao fonte=”As Coisas que eu Aprendi Depois que eu Morri” tamanho=”18”] Mas não é isso que todo mundo está fazendo? Sozinho ou acompanhado, todo mundo está esperando para morrer. [/citacao]
Quando finalmente foi falado explicitamente o que acontecia nesses lugares eu fiquei desesperada pensando que nem com o fim do mundo os seres humanos são capazes de reformular o caráter para, pelo menos, ajudar um ao outro a conseguir sobreviver. Eles provavelmente só ficaram piores, já que não havia mais lei ou policiais para manter as coisas em mínima ordem.
O que acontece é totalmente plausível e não duvido que aconteceria de verdade. E isso é triste.
Está falando comigo?
Uma coisa que eu pensei que ia incomodar durante o livro é que ele é escrito em segunda pessoa, mais ou menos. Diria que é mais como um imenso diálogo entre os personagens e o leitor.
No começo é um pouco confuso. Me diga quantas vezes você já leu algum livro que se dirige diretamente a você, igual eu fiz no começo do post? Com certeza poucos ou nenhum. Não estamos acostumados a ler “você” a não ser que seja uma conversa e um personagem está falando com o outro.
Mas depois de alguns capítulos eu já estava adorando. Estava me sentido ali, do lado da Mariana enquanto ela subia a pilha de corpos e ruínas, e do Ben enquanto ele explorava por casas abandonadas. Foi muito interessante essa experiência e a autora foi muito inteligente na escolha que fez. Esse tipo de escrita combinou perfeitamente com a mensagem que ela queria passar e não consigo imaginar ele de outra forma.
Você sabe o que realmente importa?
O último tópico que quero falar sobre ‘As Coisas que eu Aprendi Depois que eu Morri’ é que ele tem as melhores reflexões. Sério mesmo! É uma coisa que eu não esperava desse livro. Na verdade, eu não esperava nada dessa leitura. E acabou que esse livro vai com certeza entrar para os melhores do ano!
Ele fala sobre o condicionamento que as redes sociais e os padrões de beleza tem na vida de todos. E como é praticamente impossível de sair desse buraco quando você é puxado para dentro. Eu já tinha o costume de pensar sobre isso de vez em quando e ver as coisas que eu pensava ali, nos pensamentos de outra pessoa me deixou feliz.
[citacao fonte=”As Coisas que eu Aprendi Depois que eu Morri” tamanho=”20”] O mundo está cheio de pessoas bacanas. Se não consegue achar uma, seja uma. [/citacao]
Feliz por ver o quanto eu me identifiquei com a Mari, e por sua vez com a Victoria que é a autora porque com certeza ela colocou muitas das próprias experiências na personagem.
E, principalmente, mostra o quanto somos dependentes da opinião alheia quando a única que realmente importa é a nossa. Se você quer pintar o cabelo, pinte! Quer fazer uma tatuagem, faça! Quer andar com roupas malucas, compre as mais malucas da loja e seja feliz! Seja você mesmo, independente de qualquer outra coisa. Uma hora irá aparecer alguém igual a você e você não estará tão sozinho quanto imaginou que ficaria.
[citacao fonte=”As Coisas que eu Aprendi Depois que eu Morri” tamanho=”20”] Estou te perguntando que merda você está ensinado a você mesmo quando sua estima depende da admiração alheia. É disso que estou falando. [/citacao]
Vença seus dragões e demônios. Dê neles um monte de socos na cara, deixe que eles te soquem e fique dormente, não sinta nada que eles tentarem fazer com você e eles irão ir embora. Serão substituídos por outros, cada vez mais fáceis de vencer até sobrar apenas você mesmo para te encarar. E você com certeza vai querer o melhor para você, aí não haverá mais brigas.
Mas se tudo der errado, aprenda com a grande pensadora Dory:
continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar…
As coisas que eu aprendi depois que eu li são muitas para listar aqui, mas acredito que vocês vão ver algumas delas espalhados pelos quotes que coloquei nesse post. Eu recomendo esse livro para todo mundo. Acho que ele merece ser refletido e discutido e lido e divulgado (leiam como se eu estivesse falando rapidamente e quase sem ar)! Um livro maravilhoso que me ajudou a ficar um pouco mais animada em um mês que estava ruinzinho.
[citacao fonte=”As Coisas que eu Aprendi Depois que eu Morri” tamanho=”] Eu aprendi que a vida não é um mar de rosas, o que aposto que você já ouviu. Mas as pessoas dizem isso com tanta convicção, com tanta dor no coração que estão completamente convictas de que não há nenhuma rosa para ver. [/citacao]
Sinto que poderia falar eternamente desse livro e não me cansaria. Sempre tem algo a mais para dizer, mas preciso me despedir. Se não a resenha fica imensa e a Jade me mata (hahaha). Se você ainda não leu, espero de coração que essa resenha te convença e que você goste tanto quanto eu. Já quero esse livro físico na minha estante para poder marcar ele todo!
[ficharesenha]