Colleen Oakley é um nome bastante disseminado para quem convive no nicho dos clubes e instagrans literários. A autora conquistou muitos fãs com suas obras de romance salpicados de drama. Perto o Bastante para Tocar segue a mesma linha.
Essa obra foi meu primeiro contato direto com a autora, e posso afirmá-los que foi uma experiência muito positiva. Com leitura fluida, divertida e inteligente, logo você sente uma conexão natural com Jubilee.
Uma vez um menino me beijou e eu quase morri
Jubilee Jenkins é uma protagonista bastante peculiar. É que ela tem uma doença rara: ela é alérgica a pessoas. Não empiricamente falando, mas de uma maneira literal. Um simples toque pode desencadear uma reação alérgica com inchaço e quase morte.
E, quando ela era adolescente, ela foi beijada e quase morreu. Sério.
Essa situação fez com que a jovem ficasse com certo receio de sair de casa. Quando ela se deu conta, ela se tornou uma reclusa, vivendo nove anos sem botar a cara para fora da porta, sendo abandonada até pela própria mãe, que lhe enviava apenas cheques para ela pagar as contas.
[citacao fonte=”Perto o Bastante para Tocar” tamanho=”18″]As pessoas ficavam olhando pra mim no ensino médio como se eu fosse uma coisa rara, mas não pensei que alguém tivesse me notado alguma vez. Era uma sensação estranha: ser vista, mas ser invisível ao mesmo tempo. Sempre me senti um pouco como uma aparição. Lá, mas não lá. Enfim, até Donovan me beijar. Depois, eu me senti uma tonta.[/citacao]
O problema é que sua mãe faleceu e todo seu apoio financeiro acabou. Jubilee agora é obrigada a sair de casa para conseguir uma renda e lidar com seus medos. Isso é: pessoas.
Dentre essas pessoas está Eric Keegan, que está preso no próprio dilema. Divorciado e com uma filha que se recusa a falar com ele, ele tenta como forma de reaproximação ler os livros que a jovem leu e anotou num diário. Ao mesmo tempo ele tenta ser o melhor pai possível para Aja, uma criança que perdeu os pais num acidente de avião e foi adotado por Erik.
E é neste cenário que a nossa narrativa se desenvolve.
É como o ar: à minha volta, mas impossível de tocar
Alternando entre as narrativas, acompanhamos a história tanto da perspectiva de Jubilee e Eric. Ela, que conseguiu emprego de bibliotecária, ele que se encantou pela moça e sua amizade. Ao longo da história você acompanha seus pensamentos, medos e lembranças do passado. E, principalmente como tudo isso se relaciona e cria um romance sutil e aquém de qualquer toque.
[citacao fonte=”Perto o Bastante para Tocar” tamanho=”20″]Ela é como um cubo mágico em que me vejo ansioso para formar um padrão que faça sentido. Ou talvez eu esteja ansioso para descobrir porque não paro de pensar nela. Não sei. Nunca conheci ninguém como ela. E nunca fui bom em cubos mágicos.[/citacao]
Jubilee é uma protagonista feminina forte. Como seu tempo de isolamento rendeu muitas leituras e estudos, ela é extremamente inteligente. Porém, mesmo com isso é possível notar um certo tardiamento no seu amadurecimento, principalmente pela falta de padrões de relacionamento que ela não viveu. Apesar do ressentimento pelo abandono da mãe, ela também não tendencia ao drama e excesso de reclamações.
Já Eric representa o protagonista masculino que você adoraria se apaixonar. Muito preocupado em reestabelecer um relacionamento com a filha e preocupado com Aja, você logo o coloca naquele lugar de homem carinhoso e educado e torce pelo casal.
[citacao fonte=”Perto o Bastante para Tocar” tamanho=”18″]É claro que os relacionamentos não se dissolvem por causa de um evento ou uma briga. São na verdade centenas de golpes dados ao longo do tempo – golpes no queixo, socos no rosto, cruzados certeiros. Mas alguns a gente nem sente e então, antes de se dar conta, você já está no chão, vendo estrelas e se perguntando como deixou chegar naquele ponto.[/citacao]
Com uma narrativa consistente, Perto o Bastante para Tocar também é um livro doce e fofo. É recomendado principalmente para aquelas leituras de descanso, quando você precisa se lembrar que o amor é algo viável e bonito, apesar das mazelas da vida.
Cheio de referências bibliográficas das obras que Eric está lendo durante a história, você mal vai ver as páginas passarem. E aí, está se sentindo um pouco romântica hoje?
[ficharesenha]