O que aprendi com 8 anos de blog e porquê não escrevo pra você
Mais cedo eu estava aqui pensando com meus botões sobre como o BEDA é exaustivo. Sobre como criar conteúdo de qualidade toma tempo e como eu poderia fazer tantas outras coisas. Também parei para refletir como eu poderia ter lido quatro vezes mais livros se eu não estivesse tão dedicada ao blog. Ou poderia ter avançado muito mais no desenvolvimento da minha empresa.
Mas também pensei, enquanto olhava um post que tinha acabado de publicar, que era uma playlist só com músicas de Drag Queens, como eu amava o meu espaço e me orgulhava dele.
Ele é só meu e tem o meu jeito.
Eu li muito sobre blogosfera. Estudei, aprendi. Eu trabalho com marketing digital e muita gente acha no mínimo irônico que eu não seja nenhuma digital influencer. Eu jamais serei.
Apesar de ser bom ter número, ter parcerias, ganhar dinheiro, receber comentários, esse não é meu foco. Eu não quero um lugar com dez mil visitas por dia que pareça vazio de personalidade, vazio de mim. Eu não venho aqui para transformar meu blog numa cópia de outros dez. Seguir uma fórmula.
Quem é sua inspiração?
Sempre tem essa pergunta. Já respondi vários blogs diferentes. Hoje é nenhum. Há, claro, uma gama enorme de blogs que admiro, mas não quero ser nenhum deles. Não há ninguém que eu deseje ser “quando crescer” além de eu mesma.
Eu quero que as pessoas cheguem no meu blog e pensem que é o blog da Jade. Não que vejam ele e pensem que sou a cara de uma Depois dos Quinze qualquer.
Em oito anos de blogosfera já passei por todas as fases. A de achar que sabia tudo, a de descobrir que não sabia nada. A de escrever apenas pro crush perdido e pro crush encontrado. A de me tornar uma escrava do publiposts e descobrir que eu não queria essa vida e jogar tudo pro alto e sair correndo.
Eu achei que eu precisava de um calendário editorial, descobri que me resolvo melhor num planner escrito. Já fui super isolada da comunidade, já tentei ser super interativa. Já briguei com muita gente porque descobri que todo mundo acha que sabe de tudo, mas ninguém gosta de ouvir que não é bem assim…
Num “mundo” onde se acha que opinião é tudo que importa, todo mundo é amigo, até o momento em que você acha que algo que a pessoa fez não é tão bonito assim. Ego de blogueiro é bastante frágil.
Parei de tentar agradar, mas parei de me importar também. Cuido do que é meu e do que é precioso para mim. Cuido do meu conteúdo. Me esforço pelo o que gosto.
Eu não escrevo pra você, porque eu escrevo para mim.
É claro que espero que quem me lê goste, mas todo o trabalho que tenho com edição, com texto, com organização é para que eu possa olhar e pensar: nossa, não acredito que fui eu que fiz.
A sensação de orgulho, de saber que mesmo sabendo que sempre tem o que melhorar a sua personalidade e a sua identidade ainda estão ali, é impagável. É o que nos faz ficar acordado de madrugada, anotar rascunho de post na parada do ônibus, interromper o banho porque não pode deixar aquela ideia escapar.
Em oito anos de blog eu descobri que o meu maior leitor é eu mesma, e que se eu consigo me agradar, eu estou pronta para aguentar quem quer que abrir o meu link, concorde com a minha opinião ou não.
Divana
Jade!
Que maravilhoso esse post.
Eu tenho o mesmo pensamento que você e olha, estou caminhando mais e mais pra me sentir muito mais à vontade no meu cantinho.
Também não sou super interativa nas redes sociais de bloggers porque não combina muito comigo, hahaha.
Abração!
Jade Amorim
DivanaOi Divana, fico feliz que tenha gostado do post, viu? Realmente se não nos sentirmos à vontade no nosso bloguinho não acho que faça sentido termos ele. Ah, e eu fui visitar o seu blog mas não consegui comentar de jeito nenhum, será que está com algum problema? Tentei em mais de um post e o campo de comentário não aparecia, me avise quando conseguir! Beijos!
Lilian
Que delícia de post, Jade! Sinto a mesma coisa… que eu escrevo pra mim. E gosto de colocar um pouco de mim em cada post porque sei que quando alguém se identifica é porque se identifica comigo. E essa conexão… ah! Essa ninguém paga <3
Jade Amorim
LilianLilian, acho que não há nada mais libertador do que escrever para si mesmo. E é bem isso que você falou, quando alguém se identificar contigo, se identificou contigo DE VERDADE. E aí é uma delícia. ♥
Simone Benvindo
Amei seu post. E pode ter certeza, pelo menos a mim seus posts me agradam. Sempre bem escritos e detalhados. E acredito que o melhor é sempre ser você mesmo. Muita gente reclama de ver o mais do mesmo na blogosfera mas poucas pessoas se atrevem a fazer diferente, a fazer o que seu coração quer.
Eu amo a blogosfera, fiz amizades e conheci pessoas muito legais. Super adoraria ter vários seguidores, mas quero isso sendo eu mesma, se for pra gostar de mim que goste desse meu jeito que ao mesmo tempo que escreve um texto de reflexão já está postando fotos de looks.
Beijos
Jade Amorim
Simone BenvindoFico feliz que tenha gostado, Simone! Concordo quando você diz que muita gente reclama de ver conteúdo igual mas poucos fazem diferente, acho isso meio confuso. O gostoso é quando nos identificamos com o que escrevemos, não é verdade? Beijos!
Rafael
Vez ou outra faço essa mesma reflexão. E nessa toada já vou para o 13º aniversário do blog.
É bom descobrir que ainda tem mais pessoas acreditando nos blogs.