Acompanho a história de Noragami desde que o primeiro anime da série foi lançado em 2014. A história parecia ser uma dessas aventuras misturadas com comédia para passar o tempo. Mas… pera aí, porque eu to chorando?
Quando conheci esse anime, despretensiosamente, tomei um belo de um tapa na cara. E, logo, tive que agregá-lo a minha lista de histórias do coração. Não que a história não seja regada a bastante ação e comédia, mas ela vai muito além disso. E quando digo muito além. É muito. Muito mesmo. De verdade.
A história é sobre Yato, um Deus de casta menor muito pobre. Yato costuma pegar pequenos serviços por apenas 5 yen. Ele se chama de “Deus Delivery”, e costuma deixar seu telefone onde apenas pessoas com problemas conseguem enxergar. Sua meta é juntar uma grande fortuna para criar um templo para si mesmo, para um dia ser adorado e louvado.
Porém, como um acréscimo de todos seus problemas, sua “Shiki”, um espírito que também se converte em armas para lutar, decidiu pedir demissão, casada de viver com um Deus sem-teto. Abandonado e sem uma arma, Yato decide pegar mais um serviço, esperando encontrar um novo parceiro em breve.
[citacao fonte=”Noragami”]Você, que não tem um lugar para ir e nenhum lugar para voltar, eu lhe concedo um lugar para pertencer.[/citacao]
A missão era encontrar um gatinho perdido e, enquanto o persegue, um caminhão aparece em seu caminho. Hiyori Iki, uma estudante normal do colegial, vê a cena e tenta salvá-lo. Quando o faz, acaba sendo atropelada em seu lugar.
Quando acorda, ela descobre que sua alma e seu corpo se separaram e Yato, notando que isso aconteceu por sua culpa, promete que ajudará Hiyori voltar ao normal – por 5 yen, é claro. Porém, para poder ajudá-la, Yato precisa encontrar uma nova Shiki, e é quando se depara com Yukine, um jovem e rebelde espírito.
Noragami conta a história desse trio: uma garota andando na linha entre dois mundos, uma deidade buscando um lugar para chamar de seu e um pré-adolescente revoltado com sua morte prematura questionando todas as injustiças que o mundo lhe fez enfrentar. Há vários pesos nos ombros de cada um.
E de vários outros personagens secundários. Apesar de vários serviços que Yato pega serem banais, outros são questionamentos sobre um sistema de ensino que leva adolescentes ao seu limite. Ou como a doença pode afetar o emocional de um ser humano.
Um Deus, apesar do título, não é tão poderoso assim nesse universo. Ele depende que alguém acredite nele. Yato luta para não ser esquecido e desaparecer, apesar de ser considerado escória. Ele luta com o desprezo e ainda tem que suportar dores terríveis mediante cada pecado que sua Shiki comete.
Se as pessoas querem morrer, deixe-as morrerem
Lançado bimestralmente pela editora Panini, aqui no Brasil já temos 6 edições de Noragami. A primeira veio com um marca-páginas exclusivo lindo. A qualidade do mangá é boa, a capa com texturização fosca. Como a edição é basicamente a mesma do original, é difícil falar qualquer coisa da edição da Panini.
Ainda temos, é claro, aquele clássico problema com as folhas levemente transparentes. Também tenho um pouco de “birra” com as lombadas do mangá que considero feias. Acredito que podiam ter desenvolvido algo melhor.
Mas tudo bem.
https://www.youtube.com/watch?v=XBwZJ2kWS9Q
O quadrinho, atualmente no Japão com 18 edições tankobon (você pode entender como funciona o mercado editorial do japão clicando aqui), e continua em produção. Noragami foi a 14ª série de mangá mais vendida no país de origem durante o primeiro semestre de 2014 e o anime tem duas temporadas.
A história é uma opção tanto para quem gosta de assistir quanto ler. Adachitoka, mesclando a comédia com temas tão sérios e doloridos, trás ótimas reflexões sem te destruir (tanto assim). E, logo logo, você estará completamente cativado e apaixonado por esse trio e descobrirá que há certos laços que unem almas para sempre.
[ficharesenha]