Eu estava me preparando para finalmente matar o Realidades Utópicas, estava crente que o tempo dele tinha acabado, que tinha tirado sua ultima gota de conteúdo e que o foco que eu tinha dado na minha vida não se encaixava aqui.
De fato aquele foco nos números, aquela publicidade toda me fez perder o gosto por blogar. Me desanimou ver valores tão distorcidos, eu estava amarrada! Não tinha a liberdade para escrever sobre o que eu queria, caso contrário, fugia do “tema do blog”. Caramba, o blog é meu! Por que não posso escrever o que quero no meu blog?!
Vendo isso, me sentindo encurralada, não sendo capaz de aceitar, eu deixei o blog morrer. A assinatura do domínio venceu e não renovei. Talvez renove no mês que vem. Talvez.
Não deixei a blogsfera, estou no Anima Poison, falando sobre outras das minhas maiores paixões, a cultura nerd e a cultura japonesa. Estava sem grandes motivos para ressuscitar o R.U., mas duas coisas me fizeram reconsiderar.Um deles foi quando estava passeando nostalgicamente pelas minhas postagens e tive a doce surpresa de encontrar textos meus com mais de mil visualizações. Como eu poderia abandonar palavras que me deram tanto orgulho? Não foram as publicidades que estavam no topo, foram as minhas epifanias. Eram os meus sentimentos e as pessoas buscaram esse pedaço de mim, não o que me aprisionou.
O segundo motivo foi crucial, uma aula de Teorias do Jornalismo, onde a professora nos disse para não deixarmos o nosso lado literário morrer. A nossa profissão tende a nos deixar frios e insensíveis, a nos acostumar com o arroz e o feijão e nos tirar o prazer da sobremesa.
Ela nos aconselhou a criar exatamente um blog e falar sobre qualquer coisa. Um sentimento, um jantar, uma curiosidade. O importante não é se alguém vai ler, mas sim escrever para nós mesmos, cultivarmos esse nosso lado sensível, nos emocionarmos.
Sei que tenho a síndrome da Fênix. Eu sempre viro cinzas e renasço, mas pelo menos eu volto. As regras mudaram drasticamente, de novo. Vou escrever quando eu quiser e sobre o que eu quiser. Não vou responder comentários simplesmente para ter o retorno. Vou ler o que eu gosto e espero que me leia quem gosta de mim.
Juliana Moreno
Eu fico tão feliz de ouvir isso Jade! Sempre venho no seu blog para ler sobre seus textos mas "sentimentais" e "aleatórios” , gosto como você utiliza as palavras e gosto principalmente do rumo que você dá a elas, fiquei um pouquinho triste quando vi que você estava tomando um rumo mais "blog literário" porque pensei que aos poucos seus textos, aqueles feitos a flor da pele, iriam ficar cada vês mais sem espaços por causa das resenhas e promoções com já vi acontecer com muitos outros blogs e fiquei ainda mais triste quando percebi que você havia mesmo parado de postar, eu sempre dedico os meus finalizados de tarde- principalmente aqueles com chuva e um friozinho gostoso- para ler um ou outro devaneios escritos por autores super talentosos e que escrevem para si mesmo. Esse sempre foi meu hobbie favorito e você não sabe como fiquei triste ao perceber que talvez não veria mais textos seus por aqui que sempre me proporcionaram momentos agradáveis em minha semana. Estarei esperando ansiosamente por suas atualizações! Beijos, Ju.
Jade Amorim
Juliana MorenoEu não sei bem dizer como me sinto lendo coisas assim. Bate uma sensação de felicidade tão grande, um orgulho tão imenso. Às vezes sinto que é por leitores como você que eu continuo aqui. Eu posso sumir, tirar um tempo pra mim, mas eu estou sempre voltando porque eu sei que tem gente que realmente anseia pelas minhas palavras. Isso me deixa muito feliz. Muito mesmo. E me dá forças para nunca desistir desse sonho da literatura. Obrigada, Juliane. Muito obrigada mesmo. 🙂
Patriny Marcelle
Ah que bom que você voltou. É muito ruim quando não conseguimos mais nos encaixar no nosso próprio blog. Às vezes é bom mesmo dar um tempo, apenas pra respirarmos fundo e nos reconciliar com nossas vontades.
Beijos
Jade Amorim
Patriny MarcelleExato Patriny, eu precisava desse tempo pra me reencontrar com a minha vontade de escrever.