Ele era um Ferraz, e um Ferraz não volta atrás com sua palavra. Mas, teoricamente, um Ferraz comete atos impulsivos e faz perguntas estúpidas.
A quem estava tentando enganar? Aquela ali era Elisa Sunny, a atrapalhada-sem-sorte que ele convivia desde… desde sempre. Qualquer garota normal reagiria com um simples arregalar de olhos e lhe daria a resposta. Mas, para o seu total desespero, ela não era normal. E simplesmente conseguiu transformar a situação numa comédia pastelona, onde o moreno, mais uma vez, estava estirado no chão.
Porque era isso que Elisa sabia fazer de melhor, machucá-lo. Não tinha dados históricos sobre uma garota tão desprovida de sorte como ela, e nem um cara tão idiota ao ponto de sempre tentar ajuda-la, mesmo sabendo que quem vai se dar mal é ele. Foi assim naquela vez da terceira série em que ela estava se atrapalhando tentando abrir a cola e começou a inclinar a cadeira perigosamente, e no fim o rapaz acabou amparando sua queda, com o próprio corpo. E de bônus ainda consegui um galo na cabeça e meia dúzia de músculos doloridos.
Teve aquela outra vez no segundo ano em que a turma tinha ido de férias para a praia e numa dessas noites ela bebeu tanto que começou a vacilar na areia e, Carlos, preocupado com a sua integridade física, foi ajudá-la ir até o hotel. Nessa noite teve um nariz quebrado e ficou cuspindo areia pelo resto da semana, além de ser tachado de tarado pela mesma. Mas é claro que ao longo dos incríveis 15 anos em que se conheciam ele havia conseguido pelo menos uma perna quebrada, um braço trincado, um tendão rompido, um músculo inflamado e mais incontáveis enfermidades. Estava começando a acreditar na possibilidade dela ser um canalizador de acidentes, e o moreno, um receptor.
Chegando a essa conclusão ele poderia aderir a outra. Ou era masoquista ao extremo ou muito, muito louco para não conseguir viver sem ela. Porque, bom, era isso que eu estava propondo não era? Apesar das estatísticas atuais, um casamento ainda significa passar o resto da vida junto com aquela pessoa. E por mais estranho que pudesse parecer, até mesmo para o moreno, era isso que queria.
Claro, a situação não era nem um pouco propícia, porque não era para ele ter feito o pedido naquele momento. Saiu, do nada, como se estivessem falando sobre o tempo. E a reação dela não podia ter sido mais desastrosa. O que fez se lembrar de como estava no momento.
Olhou para os lados irritado com as crianças que riam da situação e levantou um pouco o dorso para observar a morena que estava a uns dois metros da gangorra, ainda um tanto quanto catatônica. Levantou-se, sentindo as dores agudas pelas costas e ombros e se afastou o máximo que pode daquele brinquedo infernal.
Ele não devia estar ali, ele nem queria estar. Mas de acordo com Miguel, ser padrinho de uma criança incube a obrigação de levá-la para se divertir. Aquele loiro imbecil. Como se ele não soubesse que a real intenção era ficar sozinho em casa com a mulher.
Para ajudar Elisa era madrinha do “projeto de Miguel”, como o moreno costumava chamar a criança incrivelmente loira e de olhos azuis. E eles tinham que ir juntos ao parque, porque era isso que os padrinhos faziam.
Ficar num sol escaldante não havia incomodado enquanto tomavam sorvete, mas a hora das brincadeiras sim. Ele era um Ferraz! E um Ferraz não brinca de cavalinho, de balanço, gangorra e qualquer outra coisa. Mas vai explicar isso para uma criança de três anos. E, definitivamente, ele preferia passar por essa humilhação do que ficar incontáveis minutos escutando o choro de uma criança.
Nos primeiros brinquedos fora relativamente fácil, mas a gangorra exigia uma participação maior de Elisa, que anteriormente apenas aplaudia e incentivava a criança. Era necessário equilibrar o peso, e no fim, acabou o jovem Ferraz num lado e a rosada com o pequeno no outro.
O plano era fazer o pedido num jantar romântico no melhor restaurante da cidade, contudo, ela estava tão encantadora sorrindo e brincando com o menino que Carlos não se conteve com o assunto.
– Você daria uma excelente mãe, apesar de tudo. – comentou, baixinho, e ela aumentou o sorriso.
– Adoro crianças, são tão adoráveis. Mas quero me casar antes de qualquer coisa, me estabilizar.
– Poderíamos esperar uns cinco anos para ter o primeiro, um casal estaria ótimo para mim. – Respondeu despreocupadamente, sem notar as esmeraldas arregaladas.
– Está me propondo casamento? – Merda!
– Hn.
Ela conhecia o Ferraz melhor do que ele mesmo, e aquele Hn não era de “não estou nem ai para você” como todos costumavam ser, e sim um de “não me faça admitir de novo”. Por Deus! Se seus olhos não lhe pregavam peças, um leve rubor parecia despontar no moreno. Não, não, aquilo não era possível. Ilusão de óptica, o sol estava forte, só podia ser. Mas, espera ai, ele a tinha pedido em casamento, mesmo que indiretamente, ele havia pedido-a em casamento. Foi o suficiente para surtar.
Carlos notou a situação tarde demais, antes que pudesse piscar ela já havia pulado da gangorra com a criança no colo e olhava sem foco para um ponto à frente. O problema era que, naquele instante, o moreno estava suspenso no ar e, sem o peso para equilibrar, acabou caindo.
O que pareceu uma eternidade foi o tempo suficiente para Elisa se recuperar parcialmente, o rosto e o pescoço estavam com uma coloração mais forte do que o próprio cabelo. E para ele, ela parecia adorável. Piscou algumas vezes e se aproximou, hesitante, estendendo a mão para ajudá-lo a se levantar.
Encarou a mão por alguns segundos mais logo aceitou-a, pondo-se em pé. Olhou para a garota corada e emudecida a sua frente, teria que tocar no assunto novamente.
– Elisa, e então? – ela lhe arqueou uma sobrancelha. – Aceita se casar comigo?
Ela corou mais ainda, e sorriu debilmente. Encarava os pés quando começou a balbuciar a resposta.
– Sim… – ele deu seu espetacular sorriso de canto. – eu acho…
Eu acho? Por Deus… ela é realmente louca. Pensou, nervoso. Mas não consigo me imaginar sem a presença atrapalhada dela. Completou uma voz interior. Ele deixou o sorriso mais perceptível, pegou o sobrinho no colo e o apoiou no braço esquerdo, para com o outro, enroscar na cintura da atual noiva e dar-lhe um beijo de tirar o fôlego.
Não, eu não morri. E sim, eu estava esse tempo todo com pc. Mas é que tinha me dado uma preguiça de aparecer por aqui! Enfim, gostaram do conto? Eu escrevi tem algum tempo, ando tendo muita criatividade para esse tipo de história. Escrevi uma fantástica chamada de As Esmeraldas da Ninfa, que terá uma continuação que estou escrevendo agora. Não tava com cabeça para fazer algo à lá blog, mas espero que tenham gostado. E quem não ler, seja sincero, estou cansada da falsidade de gente falando que leu e que não leu!
Isadora Peres
Awwwwm, que história mais fofa! Me encantei pelos dois! O rapaz Ferraz e a moça atrapalhada. haha. Adorei o fato de você ter passado por alguns momentos da história deles! Ficou muito bom, e ainda tô boba com o amor-amizade deles! *-*
Beijos, Jade!
Tô seguindo.
Bruna F. T.
Flor, achei seu blog super lindo *-*
Passei a te seguir.
Bjs e sucesso.
Inercya
Acho engraçado pessoas atrapalhadas hehe
Adorei a história…você escreveu de um jeito super fofo e em algumas partes, pude soltar um risinho. 😉
;*
Alquimista de Sonhos
Nossa eu sempre acho graça de pessoas atrapalhadas e desajeitadas assim HSAUHDSUAHUSA
Acho que é porque me identifico rs
Ah e sumir de vez em quando é normal :S
~*Rebeca e Jota Cê*~
Que lugar inusitado para se pensar em pedir pra se casar. Mais atrapalhado do que ela.
JC
Au
Sempre gosto do seus contos, consigo imaginar a cena… E quando já estava achando Ferraz um chato, percebi que sou parecido com ele: não gosto do sol, mas com sorvete fica suportável e também não gosto desses programas de parque com as crianças, mas é muito melhor que ficar em casa e ouvi-las chorar.
Gostei da história e a moça é um perigo, principalmente um perigo para Ferrar!
Beijo!
Agatha Rodrigues
Posso dizer que me identifiquei muito com ela rs a história é encantadora assim como seu blog… tô seguindo :* Jade.
Nayara
Acho que quando amamos realmente alguém nem uma pessoa tão atrapalhada quanto Elisa pode destruir esse sentimentos, os defeitos se tornam qualidades.
Eu amei o conto, de verdade. Muito fofo *-*
beijos.
ingrid
adooooorei o conto da Gangorra *-*
@AlvaroWanna
Oláaaaa!
Quanto tempooooo! 😀
Olha desculpa a correria mas to passando aqui só pra avisar que eu voltei com os blogs. Tanto o "no papel da bala" quanto o "hard candy".
Então nos falamos logo logo! 😀
bjsss!
obrigadao.
Poemas e Amizades
Jade, bom dia!!
Que história deliciosa! Essa menina, que é uma destrambelhada, vai conquistar justamente alguém tão importante! Que história de amor linda! E hilária! Amei muito. Li inteira com um sorriso no rosto. Você realmente tem uma excelente mão para contos.
Um beijo carinhoso
Lello Bandeira
P.S. – Por equivoco, coloquei esse comentário no outro texto. Desculpe-me.
Leila Ice Girl
Muito bom Jade! você parece que escreve fic hehe! como eu!Verdade estava com saudade do blog! Bye
Nina Auras
Achei muiiito fofo e engraçadinho! Além de um tanto romantico, claro. Elisa me fez rir muito, principalmente porque eu tenho uma amiga com esse nome que é completamente o oposto de sua personagem… E, bom, gostei muito do Carlos. Muito lindo aqui *-*
Tatá
a dama e o vagabundo total! lindo lindo! *__*
Ariana
Que romântico, ficou muito lindo, nem sei o que dizer!
Beijos
Jonas Santos
Sua foto esta show de bola, amie do fundo do coração
Thiago Leite
Conto maneiro, amei o Gangorra!! Fica a espera de um novo conto, valeu galera