Conto – A Última Noite de Inverno – Parte 3.
“Die… die… die”
“Morrer… Morrer… Morrer”
– A morte é traiçoeira não é papai? – ri rodando o vinho no copo. – A gente nunca sabe quando ela resolve nos pegar, mas dessa vez quem vai pegar alguma coisa sou eu, sabia? É a sua menininha agora é uma mulher esperta e eu vou provar…Soltei a taça no tapete, manchando-o com o vinho e rachando o objeto do mais puro cristal, ri. Olhei para a cor avermelhada e comecei a me recordar do dia da morte do papai.
Era de madrugada e o ultimo dia de inverno, o gelo começava a derreter. Na noite anterior comemorei o dia do meu aniversário junto com meu pai nas montanhas, apenas nós dois. Voltávamos devagar, devido à pista molhada e conversávamos animadamente, porém ele acabou se distraindo justo no momento em que um animal cruzava a pista, eu gritei tentando avisá-lo, só que já era tarde demais.
O carro capotou várias vezes, descendo em uma ribanceira. Eu estava usando o cinto de segurança e no banco de trás, por isso escapei quase que ilesa da situação. Mas, o vidro do carro se partiu com os choques que ele teve no chão, e meu pai que estava no banco da frente acabou por se machucar seriamente. Algumas lâminas fincaram no seu corpo, abrindo suas entranhas e permitindo que o sangue jorrasse sem dó nem piedade. Fiquei por várias horas chorando sobre seu corpo inerte, sem me preocupar se minha roupa estava se sujando de sangue, ou não.
Quando a ambulância chegou eles tentaram nos separar, o corpo já não tinha vida, mas mesmo assim eles nos separaram, eu gritei, chorei e me esperneei só que eles não permitiam que eu ficasse com o homem que mais amava, ao invés disso eles pegaram uma seringa e espetaram no meu braço, eu senti uma picada, e depois, mais nada. Acordei no outro dia em uma cama de hospital gritando, eu queria você papai, porém você não aparecia, você não estava mais conosco, tinha ido embora.
Enquanto eu chorava um dos médicos entrou no quarto junto a uma mulher escancarando a porta com violência. O homem demonstrava preocupação e tentava me acalmar, mas a mulher não, ela ficou o tempo inteiro encostada no batente da porta olhando-me com desdém.
De imediato não a reconheci, mas depois eu me lembrei que era uma parente distante, uma tia que nunca mostrou interesse por mim ou por papai. Quando descobri que ela que iria cuidar de mim, percebi na hora que minha vida nunca mais seria a mesma.
“Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end?
Flames to dust
Lovers to friends
Why do all good things come to an end?”
“Chamas ao Pó,
Amantes à Amigos,
Porque todas as coisas boas acabam?
Chamas ao Pó,
Amantes à Amigos,
Porque todas as coisas boas acabam?
Todas as noites eu tinha pesadelos estanhos, sonhava com mortes e por incrível que pareça eu ria disto. Minha tia me chamava de louca e os psiquiatras sempre diziam a mesma coisa: eu não tinha superado a morte de meu pai, e isso provavelmente nunca iria acontecer.
Eu tomava remédios controlados, tarja preta mesmo. Os poucos amigos que eu tinha se afastaram de mim fazendo com que os anos passassem em uma lentidão e com um sofrimento que nenhum ser seria capaz de suportar, além de mim. Algumas vezes eu tive crises, tentei matar minha tia com qualquer objeto que aparecesse na minha frente. Ela, por sua vez, tentou me internar em um manicômio gritando e alegando que eu estava doente, que ela não merecia carregar um fardo tão pesado quanto eu.
Os médicos apenas aumentavam as dosagens de meus remédios.
/Continua
E então, o que acharam? Apenas o fim da primeira das 4 mortes… uashausha…
ela tem uma vida meio traumática, que é? u.ú
Que bom que estão gostando, espero mais coments, hein?
ps: eu estou com alguns probleminhas com códigos, não liguem se algo aparecer errado! .-.
Pra você que me ama.
Gossip Girl. Y
Max Psycho
nossa me senti assistindo um destes programas sensacionalistas que são apresentados as seis da tarde na record ou na band, bjus gata
Lucas
“É a sua menininha agora é uma mulher esperta e eu vou provar…”
Espero que isso seja verdade hehe e sua tia não morra tão violentamente… não tenho medo da morte, tenh medo de perder quem eu amo!
Gabi Andrade
fui lá nos seus arquivos para ler as primeiras partes e gostei 🙂
Sabrina Vaz
Oi!!
Tem um MEME para você no meu blog!
^^
Depois eu volto para ler as outras partes!
Beijinhos!
kellen valeska
Oie..
Nossa vc tratou do texto com tanto sentimento q senti como se estivesse assistindo tudo aquilo q descreveu.
Não podemos ter medo da morte,pq ela é a única certeza de nossas vidas.
Nascemos,vivemos e morremos!
Essa é a lei da vida.
Infelizmente não sabemos quando vamos partir daqui da terra,para outro lugar!
bjo;)
Isaaa*
*-* Essa é a one que você escreveu que eu mais amo! õ/
Beijins!*