Disclaimer: Os personagens e a história são de minha total autoria e a foto é a capa do conto.
Conto – A Última Noite de Inverno – Part. 1
“Honestly what will become of meI don’t like realityIt’s way too clear to meBut really life is dailyWe are what we don’t seeWe miss everything day dreaming”“Honestamente o que aconteceu comigoNão gosto da realidade,É clara demais para mimRealmente a vida é magnífica,Nós somos o que não vemosPerdemos tudo sonhando”
Estava precisando me isolar por um tempo desde que aquele maldito inferno havia começado e isso já não era mais segredo a ninguém, pelo contrário, tava mais do que evidente minha frustração e revolta. Apesar de ter vivido praticamente a minha vida inteira cercada de pessoas eu sempre estive sozinha. Era como se eu fosse uma ilusão ótica, eu podia gritar, chorar, destruir o que tivesse ao meu redor e nem se dariam ao trabalho de dirigir-me o olhar ou até mesmo movimentar um milímetro do corpo para saber o que acontecia no local. Era como se para eles eu não existisse e talvez, quem sabe, também acontecesse comigo em relação à àqueles seres.
– Imbecis! – me soltei na poltrona empoeirada rindo compulsivamente como se aquilo fosse a piada mais engraçada que já tivesse escutado em toda a minha vida. – Vocês são todos um bando de imbecis, seus mesquinhos inúteis! – gritei novamente em plenos pulmões, já com lágrimas nos olhos, o pescoço arquejado para trás e as mãos na barriga. A própria que já dava sinais de que aquela crise de risos já estava indo longe demais.
“Flames to dustLovers to friendsWhy do all good things come to an end?Flames to dustLovers to friendsWhy do all good things come to an end?”“Chamas ao Pó,Amantes à AmigosPorque todas as coisas boas acabam?Chamas ao Pó,Amantes à AmigosPorque todas as coisas boas acabam?”
Aos poucos fui me acalmando e isso ocorreu devido ao fato de ter me lembrado de uma pessoa diferente de todas as outras, meu pai. Ele era diferente em todos os ângulos, porque enquanto as pessoas eram inescrupulosas, egoístas e estavam sempre procurando pelo dinheiro ele estava lá comigo, me levando a passeios e me fazendo rir, era um homem integro e bondoso, além de que talvez tenha sido a única pessoa que realmente se importou comigo, que me protegeu de tudo e de todos.
O único problema é o fato de que ele não está mais aqui e que desde então começou este inferno que infelizmente chamo de vida. Mas eu vou voltar a ficar junto dele.“Traveling I always stop at exitsWondering if I’ll stayYoung and restlessLiving this way I stress lessI want to pull away when the dream diesThe pain sets it and I don’t cryI only feel gravity and I wonder why”“Viajando eu paro somente nas saídasPensando se eu continuarei jovem e inquietaVivendo desse jeito, eu me estresso menosEu quero me afastar quando o sonho morreE chega e eu não choroEu sinto somente gravidade e eu me pergunto por quê”
– Ahh papai… Você não é que nem os outros, não é? – sorri de uma maneira quase que doentia pegando delicadamente um porta-retrato na mesinha ao lado da poltrona. Na foto havia duas pessoas, estes eram uma menininha e um homem adulto a abraçando.
A garotinha trajava um delicado vestido de renda, um cachecol envolto no pescoço e nas pernas rechonchudas uma meia calça. O pequeno casaco de lã era o leito para a delicada trança de lado, fazendo com que as madeixas negras realçassem ainda mais os olhos amendoados que a jovem possuía. O homem, magro e esguio, era de certa forma bonito. Os cabelos negros estavam bagunçados e lhe davam um ar de juventude que infelizmente o tempo retirou. Por estar abraçado a criança seu corpo pendia para frente fazendo com que o sobre – tudo negro o tampasse quase que por completo, deixando à mostra apenas uma parte onde se via uma calça social escura. Seu sorriso era terno e os seus olhos transbordavam bondade. Atrás deles se via um enorme chalé de madeira, uma construção antiga e bela, tinha o telhado totalmente tingido de branco, era neve.Suspirei desviando o olhar, me lembrava daquele dia como se fosse ontem, era meu aniversário e a penúltima noite de inverno, eu era aquela menininha.
/Continua…
E então, o que acharam da primeira parte? Espero que não tenha ficado muito comprida, mas é só porque é uma introdução. A música se chama “All Good Things Come to An And” da Nelly Furtado, vocês podem escutar ali no nosso sonzinho! =)Amanhã eu posto mais.
Pra você que me ama.Gossip Girl.
Y
Lucas
oIE AMEI, CHEIO DE SENTIMENTOS, DE ALGUNS PROTESTS HEHE JÁ ME SENTI ASSIM COMO SE NINGUÉM ME VISSE… É RUIM…
CONTINUE ASSIM E REALMENTE PAIS SAO DFERENTES
Max Psycho
muito foda gata, manda ver nas outras partes, estaremos ansioosos esperando, bjus gata
kellen valeska
Oie..
Há curti mt sua história..
Sabe como vc ,tbm a momentos q me sinto como se não houvesse ninguém ao meu lado,isso é horrível ,da vontade fugir para bem longe,e esquecer todos os problemas,mas infelizmente parece q para onde a gente vá ,eles continuam ali dentro de nossas mentes e de nossos corações.E isso me faz sofrer mt…
Estou ansiosa pela próxima parte,hein..
bjo;)
Mandy
Perfeitoo demaaais! ♥
Anônimo
Para Maria da Graça
Paulo Mendes Campos
Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.
A realidade, Maria, é louca.
Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?"
Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.
Anônimo
A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.
Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.
Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?"
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vida fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste.
Anônimo
Disse o ratinho: "A minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance só é o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energeticamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo" Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta a parábola perfeita: Alice tinha diminuido tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor`.
Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça.
Anônimo
Eu li…
Espero wque você entenda a relação que o texto que te mandei tem com seu conteúdo…
Espero que sirva como antídoto…vc parece encantada pela dor…você parece a Maria da Graça